Frete tem papel fundamental na tabela de preços da soja e do milho |
Associação de produtores do Mato Grosso destaca que o frete tem papel fundamental na tabela de preços da soja e do milho
Os protestos dos caminhoneiros iniciados nesta semana podem
prejudicar a comercialização de grãos no país nos próximos dias, de
acordo com o diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja e
Milho de Mato Grosso, Wellington Andrade. Na manhã de hoje (24), o
estado onde se concentrava a maior parte dos protestos era o Mato
Grosso, principal produtor de soja do país. Ele afirmou que o frete tem
papel fundamental na tabelação dos preços por ser a parte variante do
preço de compra.
"A greve pode acarretar dois tipos de prejuízo. A
curto prazo ela pode causar a paralisação da comercialização do grão
uma vez que para a trade fazer o escoamento [do grão] ela precisa do
preço do frete. Se a paralisação continuar pelos próximos quatro ou
cinco dias, a trade pode não conseguir mais estipular preços", afirmou
Andrade.
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Ele
ressaltou que grande parte do que está parado nas estradas pode ser de
grãos, uma vez que a colheita já feita. "Com certeza tem carga de soja
parada e pode ser bem representativa uma vez que estamos em pleno
escoamento da produção", disse.
A associação é contrária a
reivindicação dos caminhoneiros para que o governo crie um valor mínimo
do frete, principal exigência da categoria. "Nós somos favoráveis às
pautas colocadas como a diminuição no preço dos combustíveis e nas
cargas tributárias, mas a atual reclamação é até inconstitucional",
avaliou Wellington Andrade.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) disse à Agência Brasil
que a tabela refencial de frete proposta pelo governo que regulamenta a
questão do transporte dos produtos é uma medida paliativa porque não
contempla todos os insumos de transporte rodoviário de cargas,
principalmente os arcados pela categoria.
Como alternativa para o
impasse, a Abcam reivindica que seja elaborada e adotada uma tabela
nacional de custos que difere da tabela referencial por contemplar os
insumos dos transportadores e também dos embarcadores. Em nota, a
associação apoia os protestos mas sugere que os caminhoneiros fiquem em
casa e deixem de rodar.
A associação também reforça que o ideal,
neste momento, é que se mantenha o diálogo com todos os órgãos do
governo, para que seja possível articular novas propostas de interesse
do setor.
Fonte: Agência Brasil
24/04 - 13: 36