Pranchão do Paraíba



Longe vão
Tardes de verão,
Sentados ás dúzias, vadiando
Vizinhos, amigos, folguedeando
Avós, filhos, netos e irmãos,

Gente, muita gente
Boa gente
Maioria meninada,
Por conta da prosa boa,
Nas esteiras de tabôa
Espalhadas na calçada,

Insistente o nordestão
Alisando as carinhas
Areiando as criancinhas
Corzinha de pimentão

Nas ruas ainda de areia
Ouvindo histórias de Mãezinha
Contadas com voz mansinha
Histórinhas de sereia

Tinha matreira risada
E a atenção da molecada
Com tais palavras prendia
Pro mar, ela dizia,
Que suave o Paraíba corria

Serpenteando e cortando
Muitas ilhas Rodeando
Pois nas pranchas vão levando
Devagar , sempre chegando

Carregando filhos e tráias
Seguiam de Campos pra praia
Fazendo o maior sururú
Pra Atafona ou Gargaú

O tal pranchão encantado
Foi tanto e tanto imaginado
De quantas formas seria,
e quais cores o tingia ?

Se mais um pouco cresci
Mais um tanto apaixonei
Pelo que hoje já vi
pelo muito que não sei

Quarenta anos passaram
Meus olhos adimiraram
As formas do tal pranchão
Mirando a fotografia
Descobri quais cores lhe havia
Doada minha imaginação


Armando Barreto

Comentários

Anônimo disse…
Esse é o Armando poeta san.
O Leley do alambique aqui de Farol me passou uma péssima imagem sua.....rs, mas os verso são muito bons e seu trabalho junto à cominidade també, parabéns!