Índice de Desenvolvimento Humano
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o progresso de uma nação a partir de três dimensões: renda, saúde e educação.
Foto: Kenia Ribeiro/CNM/PNUD Brasil
O objetivo da criação do Índice de Desenvolvimento Humano foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, o IDH não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver". Democracia, participação, equidade, sustentabilidade são outros dos muitos aspectos do desenvolvimento humano que não são contemplados no IDH. O IDH tem o grande mérito de sintetizar a compreensão do tema e ampliar e fomentar o debate.Desde 2010, quando o Relatório de
Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas
para o cálculo do IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde,
educação e renda) são mensurados da seguinte forma:
·
Uma vida
longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida;
·
O acesso
ao conhecimento (educação) é medido por: i) média de anos de educação de
adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por
pessoas a partir de 25 anos; e ii) a expectativa de anos de escolaridade para
crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de
escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar
receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por
idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança;
·
E o
padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita
expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005
como ano de referência.
Publicado pela primeira vez em
1990, o índice é calculado anualmente. Desde 2010, sua série histórica é
recalculada devido ao movimento de entrada e saída de países e às adaptações
metodológicas, o que possibilita uma análise de tendências. Aos poucos, o IDH
tornou-se referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado
pelo governo federal e por administrações regionais através do Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M).
O IDH-M é um ajuste metodológico
ao IDH Global, e foi publicado em 1998 (a partir dos dados do Censo de 1970,
1980, 1991) e em 2003 (a partir dos dados do Censo de 2000). O indicador pode
ser consultado nas respectivas edições do Atlas do Desenvolvimento Humano do
Brasil, que compreende um banco de dados eletrônico com informações
socioeconômicas sobre todos os municípios e estados do país e Distrito Federal.
Uma nova versão do Atlas, com dados do Censo 2010, está sendo produzida pelo
PNUD e deve ser lançada no início de 2013.
Indicadores complementares de
desenvolvimento humano (IDH – IDHAD, IPM e IDG)
Índice de Desenvolvimento Humano
Ajustado à Desigualdade (IDHAD)
O IDH é uma medida média das
conquistas de desenvolvimento humano básico em um país. Como todas as médias, o
IDH mascara a desigualdade na distribuição do desenvolvimento humano entre a população
no nível de país. O IDH 2010 introduziu o IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD),
que leva em consideração a desigualdade em todas as três dimensões do IDH
“descontando” o valor médio de cada dimensão de acordo com seu nível de
desigualdade.
Com a introdução do IDHAD, o IDH
tradicional pode ser visto como um índice de desenvolvimento humano “potencial”
e o IDHAD como um índice do desenvolvimento humano “real”. A “perda” no
desenvolvimento humano potencial devido à desigualdade é dada pela diferença entre
o IDH e o IDHAD e pode ser expressa por um percentual.
Índice de Desigualdade de Gênero
(IDG)
O Índice de Desigualdade de
Gênero (IDG) reflete desigualdades com base no gênero em três dimensões – saúde
reprodutiva, autonomia e atividade econômica. A saúde reprodutiva é medida
pelas taxas de mortalidade materna e de fertilidade entre as adolescentes; a
autonomia é medida pela proporção de assentos parlamentares ocupados por cada
gênero e a obtenção de educação secundária ou superior por cada gênero; e a
atividade econômica é medida pela taxa de participação no mercado de trabalho
para cada gênero.
O IDG substitui os anteriores
Índice de Desenvolvimento relacionado ao Gênero e Índice de Autonomia de
Gênero. Ele mostra a perda no desenvolvimento humano devido à desigualdade
entre as conquistas femininas e masculinas nas três dimensões do IDG.
Índice de Pobreza
Multidimensional (IPM)
O IDH 2010 introduziu o Índice de
Pobreza Multidimensional (IPM), que identifica privações múltiplas em educação,
saúde e padrão de vida nos mesmos domicílios. As dimensões de educação e saúde
se baseiam em dois indicadores cada, enquanto a dimensão do padrão de vida se
baseia em seis indicadores. Todos os indicadores necessários para elaborar o
IPM para um domicílio são obtidos pela mesma pesquisa domiciliar.
Os indicadores são ponderados e
os níveis de privação são computados para cada domicílio na pesquisa. Um corte
de 33,3%, que equivale a um terço dos indicadores ponderados, é usado para
distinguir entre os pobres e os não pobres. Se o nível de privação domiciliar
for 33,3% ou maior, esse domicílio (e todos nele) é multidimensionalmente
pobre. Os domicílios com um nível de privação maior que ou igual a 20%, mas
menor que 33,3%, são vulneráveis ou estão em risco de se tornarem
multidimensionalmente pobres.
O IPM é um indicador complementar
de acompanhamento do desenvolvimento humano e tem como objetivo acompanhar a
pobreza que vai além da pobreza de renda, medida pelo percentual da população
que vive abaixo de PPP US$1,25 por dia. Ela mostra que a pobreza de renda
relata apenas uma parte da história.
Fonte: http://www.pnud.org.br
* " O PNUD Brasil está produzindo o novo Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. Com dados do Censo 2010, o novo Atlas terá seu lançamento previsto para o primeiro semestre de 2013 e apresentará o IDH de todos os municípios do país, bem como indicadores de suporte à análise do IDH."